"Cities Alive: Towards a walking world" é uma das mais recentes publicações da companhia de desenho, engenharia e planejamento urbano Arup, na qual é aprofundada a discussão do papel das caminhadas no desenvolvimento das cidades.
Embora algumas cidades deem preferência para os deslocamentos a pé no momento de projetar espaços públicos, existem outras que ainda têm um longo caminho a percorrer nesse sentido, começando pela adoção de um paradigma de mobilidade que priorize os meios de transporte sustentáveis (caminhadas, bicicleta e transporte coletivo).
O presente estudo da firma londrina começa identificando algumas ações que foram implementadas em 80 cidades tão diversas como Los Angeles (EUA), onde apenas 4% dos deslocamentos diários são realizados a pé, e Istambul (Turquia), onde este mesmo índice passa a 48%.
Entre as ações que implementadas pelas cidades, o estudo reconhece 50, sendo algumas temporárias outras permanentes. Por exemplo, no primeiro grupo se encontram os parklets e o fechamento das ruas aos carros, como acontece aos domingos na Avenida Paulista, em São Paulo.
Entre as ações permanentes, destacam-se as melhorias nas conexões peatonais nas calçadas, a implementação de políticas de Visão Zero, que pretendem reduzir a zero as fatalidades no trânsito, a criação de ruas compartilhadas e a pedestrianização completa de algumas vias.
Em seguida, o estudo passa a uma segunda fase, onde estas ações são classificadas em cinco áreas de ação: Visão e Estratégia; Segurança e Eficiência do Sistema de Transporte; Entorno Habitável; Sentido de lugar e Comunidades; e Cidade Inteligente e Responsiva.
Por sua vez, essas áreas se estruturam em benefícios que acabam influenciando positivamente as cidades em termos econômicos, ambientais, sociais e políticos.
Assim, o objetivo da publicação não é afirmar que algumas ações tornam, indiscutivelmente, as cidades melhores para se viver, mas mostrar para os mais céticos que as cidades caminháveis afetam positivamente e de diferentes formas a população e a paisagem urbana.
Como exemplo, o diagrama a seguir mostra a relação, em 34 diferentes cidades, entre a quantidade de deslocamentos a pé e em automóvel e as taxas de acidentes. Claramente se vê que as cidades caminháveis são mais seguras para seus habitantes.
Baixe o relatório completo da Arup aqui.